No início do século XIX, a cidade era aldeamento dos índios chamados Coroados. Os fazendeiros da margem direita do rio Paraíba, que se sentiam ameaçados pelos ataques dos índios, construíram uma povoação e uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Glória de Valença, em homenagem a dom Fernando José de Portugal e Castro, Vice-Rei do Brasil e descendente dos nobres de Valença, cidade do norte de Portugal. Já nos primeiros anos do século XIX, com a busca de terras para o café, a margem esquerda do Paraíba foi sendo ocupada por fazendas e a antiga aldeia de Valença tornou-se um centro urbano de apoio. Afugentados, em matas distantes, os Coroados foram novamente aldeados no local onde hoje situa-se o distrito de Conservatória.
A cidade de Valença, no século XIX, reuniu grandes riquezas e o município chegou a ter o maior número de escravos da Província do Rio de Janeiro. O luxo e os detalhes arquitetônicos de algumas sedes de fazenda, verdadeiros palacetes, testemunham o poderio dos proprietários de terras da região. A cidade possuía teatro, escolas, Santa Casa de Misericórdia e vários sobrados de barões.
Com a decadência do café, as terras esgotadas e boa parte da vegetação original destruída, a pecuária leiteira tornou-se a principal atividade econômica do campo. Na cidade, o início do século XX marca a implantação na sede do município das indústrias de tecidos e rendas, que se aproveitaram da infra-estrutura das estradas de ferro para o transporte de seus produtos. Neste momento, a antiga Estrada de Ferro União Valenciana fora encampada pela Central do Brasil, que instalou em Valença suas Oficinas, o que, em conjunto com as fábricas, garantiu a manutenção do crescimento econômico.
Hoje, Valença, orgulha-se de ser a mantenedora de sete cursos superiores (Medicina, Odontologia, Direito, Economia, Filosofia, Informática e Veterinária), o que nos transforma em Cidade Universitária, acolhendo durante todo o ano mais de dois mil estudantes.